Computação na Educação Básica: parecer homologado pelo MEC. E agora?

 


O Parecer CNE/CEB Nº: 2/2022 que traz as normas sobre Computação na Educação Básica – Complemento à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) foi homologado, conforme Despacho do Ministro, publicado no D.O.U. de 3/10/2022. Essa é, sem dúvida, uma necessidade do uso evidente da tecnologia e da inclusão digital na educação, desde a educação infantil ao Ensino Médio.

E agora? Quais são os próximos passos?

Segundo o site do Governo Federal de Serviços e Informações do Brasil, agora “cabe aos estados, aos municípios e ao Distrito Federal iniciar a implementação dessa diretriz até um ano após a homologação”.

Para tanto, o Ministério da Educação definirá as políticas para a formação de docentes, apoio ao desenvolvimento de currículos e de recursos didáticos compatíveis com as competências e habilidades, como também será responsável por definir a política de avaliação para o ensino de computação na educação básica e o assessoramento aos sistemas e redes de ensino para implementação e continuidade do ensino.

Mas quando se fala em computação na educação infantil, por exemplo, é comum os docentes ficarem assustados e receosos sobre como será este trabalho.

Queremos tranquilizar os educadores, pois ao ler o documento que já está diagramado no formato da BNCC, é possível perceber que este trabalho inicia-se pelos fundamentos da computação que tem total relação com objetivos de aprendizagens e habilidades que já devem ser desenvolvidas nesse e nos demais segmentos de ensino.

Neste sentido, na Educação Infantil, a computação deve permitir explorar e vivenciar experiências, sempre movidas pela ludicidade por meio da interação com seus pares. Experiências estas, que se relacionam com diversos campos da Educação Infantil e devem considerar desenvolver o reconhecimento e a identificação de padrões, construindo conjuntos de objetos com base em diferentes critérios como: quantidade, forma, tamanho, cor e comportamento; a vivência e identificação de diferentes formas de interação mediadas por artefatos computacionais; a criação e testagem de algoritmos brincando com objetos do ambiente e com movimentos do corpo de maneira individual ou em grupo, como também a possibilidade de solucionar problemas decompondo-os em partes menores identificando passos, etapas ou ciclos que se repetem e que podem ser generalizadas ou reutilizadas para outros problemas. Nada que seja muita novidade para a Educação Infantil.



No Ensino Fundamental, a abrangência do trabalho se amplia objetivando levar os estudantes a compreenderem a computação como uma área de conhecimento que contribui para explicar o mundo atual e ser um agente ativo e consciente de transformação capaz de analisar criticamente seus impactos sociais, ambientais, culturais, econômicos, científicos, tecnológicos, legais e éticos. Mas também, além de outras competências, o ensino de computação “deve levar os estudantes a agirem pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, identificando e reconhecendo seus direitos e deveres, recorrendo aos conhecimentos da Computação e suas tecnologias para tomar decisões frente às questões de diferentes naturezas.”

E o que temos para o Ensino Médio?

Uma das premissas destaca o desenvolvimento de projetos para investigar desafios do mundo contemporâneo, construir soluções e tomar decisões éticas, democráticas e socialmente responsáveis, articulando conceitos, procedimentos e linguagens próprias da computação preferencialmente de maneira colaborativa.

Consideramos este documento como mais um grande avanço para a educação brasileira. A partir dele, novas necessidades vão sendo levantadas, como a formação docente e, novos planos de trabalho devem ser executados, caminhos percorridos para que se possa colocar em prática e com sucesso, o ensino de computação na educação básica.




Vânia Flores
Líder do GEG Varginha MG

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