Quem tem medo do ChatGPT?




Desde o fim de 2022 não se fala de outra coisa, especialmente na área de educação. Mas o que é esse tal de ChatGPT? Quais as consequências para a educação? Pode ser considerado plágio? Como identificar o uso da plataforma em avaliações? As perguntas são infinitas, mas é preciso analisar e tentar entender a plataforma, seus benefícios e perigos!

O que é ChatGPT?


O ChatGPT é uma inteligência artificial generativa, capaz de produzir textos a partir de grandes bases de dados. Você faz uma pergunta ou fornece um prompt e a plataforma te entrega original um texto pronto. Você pode direcionar o ChatGPT para copiar a voz de algum escritor, por exemplo, ou escrever em algum estilo específico. Não é difícil fazer a IA escrever uma redação no nível do ensino médio e achar o resultado bastante similar ao de uma tarefa escrita por um aluno. Mas, é claro, que ainda há limitações para o que ele pode fazer. A própria plataforma alerta que ocasionalmente pode gerar informações incorretas ou produzir conteúdos prejudiciais ou tendenciosos. Além disso, o conhecimento de mundo e fatos ocorridos após 2021 é limitado.


Mas então, o que o ChatGPT pode criar? Praticamente qualquer tipo de texto: uma música, um post para um blog, um plano de aula e até mesmo o dever de casa… Para vocês terem uma ideia da capacidade dessa nova inteligência artificial, dê uma olhada abaixo no exemplo criado na plataforma:





Já deu para ter uma ideia do potencial, né?

Medos


Junto com o ChatGPT, surgiram os medos de professores e outros profissionais da educação: como identificar o uso de plataformas de IA em avaliações e outros trabalhos produzidos pelos estudantes? É prejudicial esse uso? São questões muito pertinentes, mas que também levam a um questionamento do tipo de avaliação feita nas escolas. Será que não é hora de pensarmos em avaliações que demandem mais dos alunos além de simples resumos de informações?

A plataforma cria algo novo toda vez que você faz uma pergunta e as respostas não estão nos bancos de dados dos verificadores de plágio, já que são originais. Algumas pessoas, sem dúvida, tentarão encontrar detectores do ChatGPT para rastrear o uso em trabalho e avaliações e talvez até seja possível encontrá-los. Mas será difícil detectar precisamente se um texto foi gerado por esse tipo de IA. E essa abordagem não é uma solução de longo prazo para ajudar seus alunos a se tornarem aprendizes e cidadãos nos dias de hoje.

No ensino de inglês, já passamos por esta mesma fase quando surgiu o Google Tradutor: como saber que o aluno não usou o tradutor para fazer as tarefas? Será que ainda vale ensinar inglês? E aqui estamos, num mundo com Google Tradutor e cursos de inglês, ambos com seu espaço e funcionalidade.

Como então podemos aproveitar essa novidade e incluí-la em nossas aulas?


Bom, os exemplos dados pelo próprio ChatGPT já são ótimos. É importante incluirmos em nossas aulas tecnologias da vida real, pois é com elas que nossos alunos irão lidar em suas vidas pessoais e profissionais. Então porque não explorar o uso da ferramenta, seus pontos fortes e fracos e questões éticas quanto ao seu uso. Quer mais ideias? Dá só uma olhada nesse guia de prompts para professores!

Considerações

Esta versão do ChatGPT é a inteligência artificial mais fraca que nossos alunos irão encontrar. Pode parecer uma tecnologia revolucionária, mas ainda está em uma de suas primeiras versões e vai ficar muito melhor. Não dá para simplesmente ignorar ou bloquear o uso de ferramentas deste tipo.

Por que não pensar mais em tarefas colaborativas e discussões? Quando os alunos trabalham juntos, mesmo que estejam extraindo informações do Google, Wikipedia ou ChatGPT, eles ainda estão falando sobre o que encontraram, se o conteúdo é válido, como organizar as informações, como apresentar, etc.

Por que não pedir demonstrações criativas de aprendizado? A criatividade na aprendizagem pode ajudar os alunos com motivação, à medida que podem usar seus próprios talentos e habilidades para completar uma tarefa. Mesmo que os alunos peguem as informações de uma inteligência artificial, eles terão que olhar os dados de forma criativa para construir algo novo.

Podemos pensar também em algumas questões interessantes de levantar e discutir em sala de aula:
  • O que nós podemos fazer que a IA não pode?
  • O que nos diferencia como humanos?
  • Quando a IA deve ser usada e quando não deveria?
  • Como o uso da IA ​​pode ser justo, equitativo, inclusivo e imparcial? Como posso ter certeza de que o estou usando de maneira ética?
Por fim, é importante levar em conta:

O ChatGPT não pode tomar decisões considerando questões éticas, morais e pessoais. E é aí que nós entramos!

Quer entender mais sobre o ChatGPT? Aqui vão algumas referências e discussões sobre o assunto do momento! A maioria está em inglês, mas é só usar o tradutor para ajudar né?


ChatGPT para ensino de inglês

ChatGPT para educadores 

ChatGPT e educação

E aí? Você tem medo do ChatGPT? Ou mal pode esperar para explorar?




Comentários

  1. Excelente! É necessário repensar o nosso papel como docente/mediador para introduzir a nova tecnologia na sala de aula, já que é na instituição escola que o aluno poderá ser levado a refletir sobre sua aplicabilidade.

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  2. A tecnologia, ao criar uma história, pode tomar decisões considerando questões éticas, morais e pessoais. Basta ler o texto produzido. As tais questões estão ali, no desenrolar da trama, no enredo da história. Tenho muito receio, pois não identifico mais nos alunos a vontade de ler ou escrever. Não gostam de ler ou escrever textos longos. Ainda mais, se tiverem que analisar e confrontar o texto da IA com os conteúdos que formaram esta base. Tenho muito medo e não é da tecnologia em si, mas de quem está por trás e da forma como será utilizada, inevitavelmente. A cada dia, vemos a substituição dos afazeres por este tipo de tecnologia. Aos poucos, a força humana vai sucumbindo pelas automações. Não se investe no ser humano. Se investe em coisas que substituem o Homem, o seu trabalho. A máquina não recebe salário. Se ficar doente é trocada. Não reinvidica nada por enquanto. Esta trajetória, ao meu ver, não traz felicidade a sociedade. Trará aos detentores do capital e dos meios de produção menor ou nenhum gasto com funcionários. Isso não gera riqueza social. Vejo esta modalidade com muita tristeza. Não consigo aceitar a vida social desta forma. Por enquanto, penso assim.

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