Jogos, criatividade e imaginação? Sim, é possível com o Nas asas da Imaginação

 Esse ano recebi um convite mega especial para criar uma experiência de aprendizagem e entre os quesitos algo lúdico, jogável e que fosse possível de aplicar em qualquer contexto.

Então, realizei um sonho muito antigo... de adolescência mesmo... De jogar RPG na escola para aprender qualquer componente curricular. Para quem não conhece, RPG não é aquela terapia de postura global não, significa Role Playing Game. É um jogo que data da década de 70 do século passado, mas é super atual. Veja que em diversas abordagens do gerenciamento de equipes é falado em fazer um Role Playing, ou seja, a representação de papeis.



O RPG é isso e um pouco mais. Os jogadores, nossos alunos, representam papeis, de personagens que eles mesmos podem criar, ou receber prontos. Esses personagens tem vantagens, dons e também tem desvantagens. Eles tem um propósito que os jogadores vão perseguir no jogo para terem mais pontos de experiência, os XPs para poderem equiparem e desenvolverem melhor. 


Você pode criar uma aventura em qualquer cenário, para qualquer faixa etária e trabalhar qualquer conteúdo. É liberdade e criatividade pura!

Quer ver só... Eu posso trabalhar o conteúdo de ecossistemas brasileiros, espécies ameaçadas de extinção e de quebra, ainda colocar conteúdos transversais como ética, cidadania e tomada de decisão. 

Para isso, vou criar uma história, na qual meus estudantes, reunidos em times ou equipes, vão ser detetives chamados para desvendar o mistério do Parque Atlântico, onde houve o desaparecimento de espécies ameaçadas como a onça pintada, a arara azul e um sapinho, o Batrachochytrium dendrobatidis. Eles estavam em um ambiente controlado, mas sumiram.

Cada estudante controla um personagem diferente. Ai, você pode inventar que temos na equipe um/a biólogo/a, um/a ecologista, um/a ambientalista, um/a professor/a de ciências, etc... Cada personagem pode ter habilidades especiais, ou você como mestre do jogo, separar dicas especiais para cada um deles, pistas que farão que o grupo consiga desvendar o enigma.

E viajando na história, você pode inserir quebra-cabeças, pistas escondidas em mapas ou na sala de aula mesmo, e os bons e velhos enigmas. Eles podem ser da sua disciplina, ou de conhecimentos gerais. 

Quem vence o jogo? O RPG é um jogo cooperativo, sendo que cada personagem pode ter objetivos pessoais, mas há o objetivo do grupo a ser perseguido, então, é possível dizer que todos são vencedores.

E o papel do professor?

Durante a minha graduação em biologia eu joguei e mestrei RPG em diversos sistemas e para diversos públicos. No RPG de mesa, cheguei a ter 18 pessoas (o que para uma mesa é bastante, mas sabemos que isso não representa nem metade da quantidade de alunos em uma sala de aula). E no Live Action, ou ação ao vivo que se assemelha muito a um teatro, onde todos andam pelo espaço, interagem e se vestem como o personagem, cheguei a mestrar para mais de 100 pessoas (claro que não estava sozinha, haviam vários mestres também).

A experiência de jogo me preparou para aulas nas quais eu solicitava que os alunos participassem mais ativamente, as tais metodologias ativas. Então, posso dizer que o papel do professor enquanto mestre de RPG é o de contar uma história, envolver os estudantes na aventura e mediar as falas e ações dos estudantes/jogadores. 


Você pode lançar mão de diversos utensílios, como mapas, figurinos, e os famosos dados. Mas pode também não usar... Trocar os dados pelo jogo de Joquenpô (Pedra, papel, tesoura). Dados e seus similares são recursos que randomizam se uma ação foi um sucesso ou fracasso... Se os jogadores vão escapar ilesos de uma armadilha, ou se terão que enfrentar um bando de goblins raivosos... (ou no caso da nossa aventura, um bando de traficantes de animais silvestres...).

Despertei sua curiosidade?

Então confere o Sala de Aula Híbrida 2, com a proposta Nas asas da imaginação, que eu preparei especialmente para o professor e professora que quer trazer mais cor e imaginação para suas aulas. Ali tem materiais que servem como exemplo e um mini guia para o mestre/a professor/a iniciante.

E me diz o que achou? Estou doida para conversar com educadores RPGistas entusiastas!!

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