Nos meus últimos posts, compartilhei algumas ideias para trabalhar a inteligência artificial em turmas do ensino fundamental e também algumas reflexões sobre a matriz de competências em IA da Unesco para professores. No post de hoje, quero compartilhar algumas experiências recentes com a engenharia de prompts em turmas do ensino médio, com o apoio de ferramentas do Google, como o Arts & Culture e o Gemini.
Em primeiro lugar, vamos entender a importância de trabalhar a engenharia de prompts, especialmente no ensino médio. Diferentemente de uma pesquisa simples no Google, o uso de ferramentas de IA generativa, como o Gemini, demanda a elaboração de prompts, instruções ou comandos específicos para obter uma determinada resposta ou desempenhar uma tarefa.
Nos dias atuais, muito mais do que ensinar respostas prontas, é preciso ensinar a perguntar. Saber elaborar as perguntas corretas e continuar a questionar até obter uma resposta satisfatória são elementos importantes da metodologia investigativa, o inquiry based learning, que estimula o desenvolvimento do pensamento crítico e a criatividade, competências fundamentais para o Século XXI.
Pensando nisso, realizsei uma sequência didática com o ensino médio, que compartilho agora com vocês. Vamos lá?
Entendo a complexidade de um prompt
Antes de sequer definir o que é um prompt, convidei meus estudantes a explorarem o experimento "Say What you See", do Google Arts & Culture. Nessa atividade, eles precisam descrever uma imagem gerada por IA em até 120 caracteres, focando em elementos específicos de um prompt: sujeito, contexto, formato, entre outras características. Se conseguirem se aproximar em 50% de semelhança com a imagem original, eles avançam para o outro nível, aprimorando, a cada rodada, sua habilidade de elaborar prompts.
Diferentes contextos
Em um segundo momento, propus uma reflexão a respeito de situações em que os estudantes poderiam utilizar a inteligência artificial para apoiar no aprendizado, sem configurar plágio ou "cola". Cada aluno escreveu suas ideias em post-its, que foram reunidos em um quadro coletivo e agrupados conforme a similaridade.
Prática monitorada
Agora, é a hora de colocar em prática a habilidade de elaborar prompts. Para isso, a turma formou duplas ou trios e escolheu duas situações das que apontaram anteriormente para trabalhar a engenharia de prompt com o Gemini. Nesse momento, além de trabalharem coletivamente para criar o melhor prompt possível, eles também aprimoraram os prompts com o questionamento contínuo pelo chat, até que os resultados fossem satisfatórios. Depois compartilharam essas conversas no Gemini entre si e sugeriram outras melhorias e novos prompts a partir dos anteriores.
É importante lembrar que o uso do Gemini em contexto escolar é recomendado apenas a partir dos 13 anos, com supervisão de um adulto.
Refletindo sobre a prática
Realizar essa prática com meus estudantes foi extremamente enriquecedor - para a turma e para mim. Durante as aulas, quando recebiam as propostas de atividade, era possível perceber a surpresa em seus olhos: "Mas ela está ensinando a gente a usar IA na escola??", ou "Mas, professora... você usa IA???".
A resposta possibilitou o fortalecimento de vínculos, uma vez que eles perceberam que sim, a professora também usa IA (e muito!). Além disso, esse tipo de experiência consolida a escola como lugar privilegiado de reflexão, problematização e ressignificação da realidade, trazendo importantes aprendizados sobre práticas sociais.
Olá Mariana!
ResponderExcluirQue post incrível! Integrar engenharia de prompts e a inteligência artificial que de mais. Concordo plenamente que ensinar os estudantes a fazer as perguntas certas é essencial no mundo atual. É inspirador ver como essa abordagem não só estimula o pensamento crítico e a criatividade, mas também fortalece os vínculos entre professor e estudante.
Parabéns pela iniciativa e por compartilhar essa experiência tão enriquecedora!
Um grande abraço,
Professor Deivide Nascimento.
Obrigada pelo feedback, professor! Sigamos juntos!
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