Aprendizagens baseadas em Problemas


Os problemas se apresentam como oportunidades de aprendizagenS. Por que aprendizagenS? Porque ao se deparar com um problema, temos a oportunidade de aprender a aprender, desenvolvendo assim competências e nossa capacidade de resolução de problemas. Nos tornamos então pessoas mais autônomas, capazes de se autogerir.

Propostas para promover aprendizagenS através de problemas não é algo novo. A ideia de inovar o processo de ensino-aprendizagem, ou melhor, de tornar a aprendizagem mais significativa e relevante a partir de problemas se popularizou na virada do século. Refletindo um pouco sobre como viabilizar isso na educação, iniciamos em 1938 com John Dewey cuja visão compreendia que o ser humano aprende para intervir na sua  realidade hoje, e não no futuro. Para isso, as pessoas em processo de aprendizagem precisam ter experiências e refletir sobre elas. É a famosa frase que ouvimos hoje com frequência com a chegada do Movimento Maker. É o aprender fazendo! É aprender relacionando a teoria à prática. Mas cuidado! Não é qualquer experiência que vale. Leia o artigo Experiência e Educação no pensamento educacional de John Dewey: teoria e prática em análise

Em 1968, a escola de Medicina da Universidade McMaster apresentou uma abordagem singular, mão na massa, que chamou de Aprendizagem baseada em Problema (Problem-based Learning), muito conhecido também como PBL no Brasil. O objetivo não é resolver problemas, e sim, oportunizar a partir do problema que os estudantes identifiquem as suas próprias necessidades de aprendizagem enquanto tentam compreender o problema, cooperando uns com os outros, ao sintetizar e aplicar a informação ao problema. Nessa abordagem, os estudantes aprendem em grupo e com o apoio de um professor tutor, cujo papel é garantir que os objetivos de aprendizagem sejam alcançados por meio de sua mediação. Os problemas apresentados são casos clínicos. 

Seguindo adiante na história, ouvimos falar do Arco de Maguerez pela primeira vez no Brasil através do livro Estratégias de Aprendizagens, de Bordenave e Pereira. Super recomendo esse livro! Na metodologia de problematização da realidade, o processo de ensino-aprendizagem começa com a exposição dos aprendizes a um problema que é parte da realidade física ou social (OBSERVAÇÃO DA REALIDADE), que é uma visão global do assunto a ser ensinado. Como os autores se basearam no relatório de assessoria em 1970 à Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), é fácil compreender porque essa proposta é relevante. O referido relatório traz uma análise do sistema paulista de assistência a agricultura. Uma contribuição que segundo Berbel, pode ser de extrema importância para a formação de professores. Bordenave e Pereira escreveram esse livro com base nas suas experiências de formação de professores dos cursos de Metodologia de Ensino Superior oferecidos para os professores das áreas de Ciências Agrícolas a partir de 1969. É sempre bom contextualizar os modelos apresentados dentro de um espaço e tempo para compreender melhor suas intenções e identificar seus públicos, permitindo-nos analisar e fazer as devidas adaptações para um novo contexto. Contudo, o livro traz princípios pedagógicos que são de aplicação universal, como ressaltam os autores na sua introdução e tratam de diversas estratégias de ensino-aprendizagem. O arco de Maguerez é uma das contribuições. 


A Faculdade SATC em 2016 iniciou sua busca por metodologias em consonância com as demandas atuais e que oportunizassem aos estudantes aprender ativamente. O Grupo de Práticas Ativas composta de docentes, coordenadores de curso, coordenação de ensino e então assessoria educação apresentaram um projeto de aprendizagem a todo o corpo docente em 2017. Foi desenvolvido um manual de implementação de metodologias ativas a partir de uma proposta de implementação gradativa, com quatro atributos a serem considerados ao planejar a aprendizagem baseada em problemas: Complexidade do problema, Autonomia Discente, Atuação Docente e Espaço/tempo

Para quem participou do Hangout no dia 28 de Setembro, aqui vai o artigo que explica esse processo de implementação que desenvolvemos inicialmente. O interessante é que depois de um ano, temos visto como docentes e até alunos, começam a perceber o valor de promover aprendizagenS através de problemas ao ponto de trazerem até em seus trabalhos de conclusão de curso (TCCs) uma proposta de bancada didática para a aprendizagem baseada em problemas, ativa e significativa.

Na Faculdade SATC, os professores propõe problemas que dão a oportunidade dos estudantes aprenderem a aprender, adquirindo assim conhecimentos novos e retomando os conhecimentos prévios, adquiridos ao longo da formação, de forma significativa. Em que se busca promover a formação por competências, que trazem conhecimentos, habilidades e atitudes, e não somente baseada em conteúdos de uma ementa disciplinar; ao passo que traz para os estudantes problemas que são relevantes para a sua formação profissional e pessoal. Para isso o processo de resolução de problemas deve ser encarado sempre como um processo iterativo.

                                
O quanto será investido na sala de aula para encontrar uma solução viável de ser implementanda em um contexto real, depende de como os professores planejam esse processo educativo. As ABPs planejadas pelos professsores da Faculdade SATC partem do príncipio que é importante considerar a complexidade do problema e o nível de autonomia dos discentes para definir o nível de atuação docente necessária para intervir no processo de resolução e o espaço/tempo que os estudantes precisam para propor e testar suas soluções. Para ler mais a respeito, leia esse artigo.

Confira o Hangout on Air com a Comunidade do Grupo de Educadores Google no dia 28 de setembro de 2018, em que exploramos várias questões e aspectos práticos da implementação de um programa de aprendizagens baseadas em problemas na Faculdade SATC. 



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Alguns exemplos já aplicados na instituição:

Acadêmicos da Satc criam textura para Gruppo SRS




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