Aparelhos celulares: distratores ou favorecedores?

Nesta publicação, gostaria de provocar reflexões sobre um ponto, que as opiniões entre os educadores são bastante controversas: o uso do celular em sala de aula.  

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De início, já chovendo no molhado: a nova geração de crianças e adolescentes manipulam dispositivos eletrônicos, assim como soltar pipa e brincar com bolinha de gude eram para as gerações anteriores. Agora, as etapas de desenvolvimento físico e emocional não mudam (não importa o século, o ano, o mês). Afinal, o organismo do ser humano possui etapas de desenvolvimento que devem ser cumpridas.

Além de chover no molhado, estamos trocando seis por meia dúzia. Para a atual geração de adultos: quem nunca ouviu pessoas mais velhas, criticarem avanços tecnológicos? Seja a televisão, os aparelhos celulares ou os tão monstruosos computadores. Esse comportamento é normal perante mudanças. Agora, o século XXI é caracterizado por grandes transformações, que ocorrem muito rapidamente, dificultando a adaptação da sociedade.


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Não compreendo a grande polêmica sobre o uso de aparelhos eletrônicos em sala de aula. Um dos argumentos contra o uso é a possibilidade dos alunos se distraírem durante as aulas. O aluno que não está com vontade de trabalhar em sala de aula, se não tiver o aparelho celular ao seu alcance para se distrair, outro instrumento poderia fazer o papel de distrator. Além disso, de acordo com Chris Anderson (curador do famoso canal do YouTube TED) 18 minutos é o tempo máximo de concentração de um ser humano para um determinado assunto, ultrapassando esse limite ele irá se distrair.

Outra linha de raciocínio: as pessoas são tentadas pelo que é proibido. A psicóloga Priscilla Figueiredo salienta que quanto mais regrado for o ambiente de convivência, cria-se mais espaço para a curiosidade pelo o que não se pode ver, fazer e desfrutar. Portanto, a proibição do uso de aparelhos celulares durante as aulas, pode desencadear mais interesse nos alunos para utilizar seus dispositivos durante as aulas.

O modelo escolar não sofreu mudanças ao longo dos anos no Brasil. Se observarmos fotos de escolas de 1930 e de escolas de hoje, notamos diferenças no formato dos móveis das salas de aula, as fotos são em cores, materiais utilizados nas construções das instituições de ensino. Por outro lado, as cadeiras enfileiradas continuam, o quadro negro foi trocado por um projetor e uma tela (mas a finalidade de uso em sala de aula é a mesma).

De acordo com Piaget, o princípio básico para a aprendizagem é estabelecer um vínculo com o objeto que está sendo estudado. Como mencionado anteriormente, a realidade dos jovens de hoje é muito diferente comparada a do século passado. 


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O modelo escolar não acompanhou as transformações que a sociedade brasileira sofreu devido aos avanços tecnológicos. Essa divergência é um grave complicador educacional.

De acordo com o Inep, os índices educacionais do Brasil são péssimos, estamos entre os piores desempenhos escolares do mundo. No ranking mundial de educação de 2015, feito entre 76 países, estamos no 60º lugar. Portanto, não é apenas uma questão de que não houveram mudanças no modelo escolar, esse modelo não está sendo efetivo para a aprendizagem dos brasileiros, senão os dados das pesquisas seriam muito diferentes. Sendo assim, os educadores deveriam estar abertos para novas práticas de ensino e dinâmicas de sala de aula, para se reinventar, repensar a maneira de ensinar e reescrever a educação do nosso país. E vocês, o que pensam sobre a utilização dos aparelhos celulares em sala de aula?

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Renata M. E. Abib de Quadros
Líder GEG Porto Alegre
Coordenadora de Tecnologia Educacional - Colégio Província de São Pedro (Porto Alegre-RS)

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