A rápida evolução da inteligência artificial (IA) está transformando a sociedade em uma velocidade sem precedentes, tornando essencial a alfabetização em IA para preparar os alunos para o futuro. No dia 28 de março, celebrou-se em diversos países, o Dia da Alfabetização em IA, um momento oportuno para refletir sobre a importância de capacitar estudantes e professores para navegar, avaliar criticamente e utilizar eticamente as tecnologias de IA em suas vidas acadêmicas, pessoais e profissionais, além de disponibilizar diversos recursos, elaborados para dar suporte à compreensão de ferramentas e desing de IA, abordando também questões de segurança e ética. .
A alfabetização em IA não se resume apenas à compreensão dos conceitos básicos de inteligência artificial, mas também à capacidade de identificar suas aplicações, reconhecer suas limitações e avaliar criticamente seus impactos. É fundamental que os alunos desenvolvam habilidades como a elaboração de prompts eficazes, a identificação de usos apropriados da IA, a consciência sobre segurança de dados e privacidade e a compreensão das implicações éticas no uso dessas tecnologias.
No contexto educacional, a integração da IA nos currículos escolares pode ser feita de maneira inovadora e significativa. Projetos interdisciplinares, atividades práticas e o uso de ferramentas baseadas em IA podem enriquecer o aprendizado, estimulando o pensamento crítico e a resolução de problemas. Dessa forma, os alunos não apenas se tornam consumidores passivos de tecnologia, mas agentes ativos na compreensão e desenvolvimento da IA.
Para apoiar a formação dos professores, eu costumo sugerir o site do PromptEDU BR, um portal que reúne recursos de IA do Google alinhados à prática pedagógica e referências para estudo, planejamento e pesquisa. Com os cards por exemplo, é possível criar experiências de aprendizagens utilizando a IA de forma simples, criativa e inovadora.
A alfabetização em IA também tem um papel importante na promoção da cidadania digital responsável. Em um mundo onde a IA influencia decisões políticas, econômicas e sociais, capacitar os alunos a interagir com essas ferramentas de maneira ética e informada é essencial para o fortalecimento da democracia e da equidade digital. Confira o wakelet maravilhoso que te ajudará nessa caminhada, disponível dentro do site do PromptEDU sugerido acima.
Contudo, desafios como a proibição do uso de celulares nas escolas e a falta de infraestrutura adequada podem dificultar essa reflexão sobre o uso ético da IA, da educação digital e midiática dos estudantes. Embora seja importante reconhecer a necessidade de regulações para evitar distrações e garantir um ambiente de aprendizado produtivo, é essencial que essas leis considerem o potencial pedagógico das tecnologias digitais e que haja o entendimento e formações para os professores sobre esse ponto de exceção no uso da Lei brasileira por exemplo.
O uso de dispositivos móveis em sala de aula, quando bem orientado, pode enriquecer as experiências de aprendizagem, permitindo que os alunos explorem recursos interativos, desenvolvam pensamento crítico e adquiram habilidades digitais essenciais para o mundo contemporâneo, especialmente sobre a Inteligência Artificial. Além disso, legislações que restringem o uso de tecnologias sem oferecer alternativas adequadas podem aprofundar a desigualdade educacional, especialmente em escolas públicas que já enfrentam desafios estruturais. Para aprofundamentar mais sobre esse tema, sugiro a leitura do texto do professor Gerlan Cardoso, sobre esse tema, aqui mesmo no blog e do site Porvir. Também estou disponibilizando o site MECRED com os guias de orientações sobre esse assunto.
A UNESCO declarou que todos têm o direito à educação sobre a presença e o funcionamento das IAs, especialemente para garantir a justiça social, um desafio em escala global; sem a alfabetização e posteriormente, o letramento, há riscos de ampliar os perigos e exclusão digital daqueles sem conhecimento ou poder de atuação sobre os impactos das IAS em suas vidas. Mais informações podem ser conferidas no site do Educamídia sobre o tema.
Outro aspecto importante a ser considerado na alfabetização em IA é o impacto das trends de imagens geradas por IA e os riscos associados ao uso dessas ferramentas sem supervisão. Com a popularização de plataformas que criam imagens realistas ou alteram fotografias de maneira automatizada, os alunos precisam ser preparados para diferenciar conteúdos autênticos de manipulações digitais. Sem a devida orientação, podem estar vulneráveis à desinformação, deepfakes e outras formas de manipulação digital, impactando diretamente sua percepção da realidade e sua capacidade de avaliar criticamente conteúdos online.
A exposição a esse tipo de tecnologia sem um acompanhamento adequado pode levar à propagação de fake news, cyberbullying e questões relacionadas à privacidade e à ética no uso da IA. Por isso, a educação midiática deve ser integrada ao ensino de IA, ajudando os alunos a compreenderem o impacto dessas ferramentas e a desenvolverem habilidades de leitura crítica e reflexão sobre a veracidade das informações que consomem e compartilham.
Sabemos que IA pode ser uma grande aliada da educação, mas para isso, precisamos garantir que professores e estudantes tenham acesso ao conhecimento necessário para usá-la de forma crítica e ética, reforçando a urgência de preparar as novas gerações para lidar com as tecnologias emergentes de maneira responsável e consciente.
Esse pensamento vai ao encontro do que foi discutido no SXSW 2025, onde se enfatizou que "o futuro exige ambidestria". De acordo com Bruno Leonardo, VP de Corporate Education na EXAME, o debate não está apenas na evolução tecnológica, mas também na humanização das relações. "A grande questão não é escolher entre tecnologia e humanidade, mas encontrar o equilíbrio certo para navegar nesse futuro", destaca ele. Isso reforça a necessidade de uma alfabetização em IA que não apenas prepare os estudantes para lidar com a tecnologia, mas que também preserve o aspecto humano, estimulando criatividade, empatia e pensamento crítico.
Portanto, diante da urgência das inovações tecnológicas, a alfabetização em IA deve ser uma prioridade no processo pedagógico. Professores precisam estar preparados para guiar os alunos nessa jornada, utilizando estratégias eficazes para integrar a IA ao ensino de forma responsável e produtiva. Celebrar o Dia da Alfabetização em IA, em 28/03, foi um passo importante para ampliar a consciência sobre esse tema e reforçar o compromisso com uma educação inovadora e alinhada com as demandas do século XXI.
Para continuar essa reflexão, compartilho o texto de minha autoria aqui para o blog sobre como explorar a Literaria da IA com os estudantes e o Genially exclusivo sobre como iniciar essa exploração na sala de aula. Sugiro tambeém, que você explore outros do nosso blog sobre inteligência artificial e descubra como se preparar para esse futuro de forma ética e inovadora!
Aproveito para indagar sobre como cada professor vem construido seu letramento digital sobre Inteligência Artificial, te convidando a compartilhar aqui nos comentários como forma de ampliar essa discussão.
Até a próxima.
Profª Thaís Morgana - Leader Champion
GEG Poços de Caldas
Excelente reflexão Thaís. Os links sugeridos enriquecem ainda mais o nosso estudo sobre o assunto. Obrigada pelas ricas contribuições.
ResponderExcluirDelícia de texto, Thais! Claro e muito objetivo, traz pontos relevantes para o trabalho do educador com IA!
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